Tecnologia Operacional e Tecnologia da Informação convergidas: 7 práticas para fortalecer suas defesas
27 de ago. de 2025

A integração entre Tecnologia Operacional (OT) e Tecnologia da Informação (TI) deixou de ser tendência para se tornar realidade em setores críticos como energia, manufatura, saneamento, logística e saúde. O avanço de sensores, automação industrial, IIoT e analytics conectou ambientes antes isolados, ampliando eficiência e visibilidade — mas também a superfície de ataque. Na América Latina, por exemplo, 47% das indústrias sofreram ao menos uma invasão cibernética, e 27% relataram mais de três violações em um único ano, segundo levantamento publicado com base em dados recentes do mercado.
No Brasil, a escala do risco é ainda mais evidente: foram 314 bilhões de tentativas de ataque apenas no 1º semestre de 2025, colocando o país na liderança regional de cibercrimes. Em paralelo, o relatório State of Operational Technology and Cybersecurity 2025 indica que, embora haja progresso, malware ainda ameaça um terço dos ambientes OT globalmente — um sinal de que maturidade cresce, mas a pressão permanece.
Em um cenário de Tecnologia Operacional e Tecnologia da Informação convergidas, a pergunta-chave é: como fortalecer a segurança sem frear a operação? Como proteger sistemas críticos que, historicamente, operavam isolados? A resposta está em 7 práticas fundamentais e comprovadas — construídas sobre frameworks como o NIST e evidências de mercado — que reforçam a resiliência da convergência OT e TI, sem comprometer operações essenciais.
1. Zero Trust como base da convergência
Quando Tecnologia Operacional e Tecnologia da Informação se conectam, o modelo de perímetro tradicional não basta. Zero Trust propõe “nunca confiar, sempre verificar”: cada requisição é autenticada e autorizada com base em identidade, contexto e risco, reduzindo movimento lateral entre sistemas industriais (SCADA/DCS/PLC) e redes corporativas. O NIST SP 800-207 e seu complemento SP 800-207A oferecem diretrizes práticas para desenhar políticas granulares e aplicar ZT em ambientes híbridos e multicloud, típicos de empresas com OT conectado a analytics e sistemas corporativos.
Como começar: mapear zonas e conduítes OT, definir políticas de menor privilégio por função, implementar MFA resistente a phishing para acessos remotos de manutenção e registrar/monitorar todas as sessões.
2. NAC e inventário vivo de ativos
Sem saber quem e o que está conectado, não há segurança. Network Access Control (NAC) com descoberta ativa/passiva consolida um inventário de ativos (inclusive dispositivos legados OT), classifica riscos e bloqueia acessos fora de política. Conteúdos técnicos da OPSWAT reforçam que a convergência amplia a superfície de ataque e exige governança de endpoints e fluxos de dados entre Tecnologia Operacional e Tecnologia da Informação.
Como começar: padronizar perfis por tipo de dispositivo (HMI, sensores, laptops de engenheiros, gateways IIoT), aplicar 802.1X/segurança por porta e quarentena dinâmica para ativos não conformes.
3. Segmentação de rede e DMZ industrial
A prática mais custo-efetiva para reduzir impacto é segmentar. Com base no NIST SP 800-82, use camadas e zonas separadas para níveis de controle, supervisão e corporativo, isolando tráfego por firewalls industriais e DMZ entre Tecnologia Operacional e Tecnologia da Informação. Essa arquitetura limita propagação de malware e evita que um incidente no escritório derrube o chão de fábrica, ou vice-versa.
Como começar: revisar topologia segundo o modelo Purdue, documentar regras mínimas de comunicação entre zonas (lista de portas/protocolos), inspecionar protocolos industriais e ativar logs na borda OT.
4. SIEM, SOAR e NDR integrados: visibilidade e resposta
Em convergência, telemetria unificada é decisiva.
SIEM centraliza logs de TI e OT (controladores, servidores de engenharia, historians, gateways).
SOAR orquestra runbooks para resposta automatizada (bloqueio de IP, isolamento de segmento, revogação de credenciais, abertura de incidente).
NDR detecta anomalias no tráfego industrial em tempo real, útil para protocolos sem agente.
O NIST CSF 2.0 e a função Detect/Respond/Recover ajudam a priorizar indicadores de ataque e tempos de resposta. O State of OT 2025 alerta que, mesmo com menos malware que 2024, a ameaça segue elevada — reforçando a necessidade de monitoramento contínuo.
Como começar: definir casos de uso por risco (ex.: alteração não autorizada de lógica PLC, beaconing em segmentos OT), integrar fontes OT ao SIEM, criar playbooks SOAR específicos para OT e ensaiar planos de contenção.
5. Avaliação contínua de risco e compliance
Risco em OT é dinâmico: novas integrações, janelas de manutenção, fornecedores remotos. O NIST CSF 2.0 traz uma função Govern que orienta papéis, políticas, métricas e supervisão executiva; já o SP 800-82 detalha boas práticas para ICS, incluindo gestão de vulnerabilidades e mudanças sem comprometer disponibilidade.
Como começar: manter matriz de criticidade por ativo OT, avaliar risco de supply chain (firmware/patches), exigir SBOM do fornecedor, e auditar periodicamente acessos e mudanças em controladores.
6. Integração segura entre OT e TI: processos e pessoas
Convergência não é só tecnologia, é coordenação. Pesquisas apontam ganhos de eficiência e segurança quando TI e OT compartilham dados e governança, desde que haja interfaces seguras, criptografia e workflows claros entre sistemas industriais e corporativos.
Como começar: estabelecer comitê OT+TI com metas comuns (MTTR de incidentes OT, janelas de patch, SLOs de disponibilidade), definir proprietários de risco por processo e criar DMZ de dados para analytics sem expor redes de controle.
7. Capacitação e cultura de segurança aplicadas ao chão de fábrica
Tecnologia falha sem treinamento. Estudos setoriais reiteram a importância de desenvolver competências específicas para quem opera OT (engenheiros, técnicos, operadores), além de times de TI e SOC. Phishing dirigido a equipes operacionais e engenharia social em suporte de campo continuam portas frequentes de entrada em ambientes convergidos.
Como começar: programas de formação contínua com laboratórios práticos de ICS, simulações de resposta a incidentes que envolvam operação e segurança, e campanhas sobre boas práticas de mídia removível e acesso remoto.
O que está em jogo: disponibilidade, segurança física e reputação
O impacto de ataques em Tecnologia Operacional e Tecnologia da Informação convergidas ultrapassa a perda de dados. Há riscos à segurança física, paradas de produção, contaminação de processos e efeitos cascata em cadeias de suprimento. A fotografia regional é clara: 47% das indústrias latino-americanas relataram invasões (27% com três ou mais), e no Brasil as tentativas atingiram centenas de bilhões em seis meses — um pano de fundo que exige maturidade de controles e governança executiva.
Relatórios globais de OT em 2025 reforçam que ameaças persistem mesmo com melhorias na postura, e que ambientes convergidos colhem benefícios quando segmentam redes, integram telemetria e elevam a governança ao nível do board.
Como a Tecnocomp pode apoiar sua jornada
Resiliência cibernética não é apenas sobre proteger sistemas, mas sobre garantir a continuidade dos negócios em qualquer cenário. A crescente complexidade das ameaças exige um modelo de defesa que combine tecnologia, processos e pessoas.
Ao adotar práticas como Zero Trust, proteção de credenciais, uso de inteligência artificial, testes de resiliência, cultura de segurança, monitoramento multicloud e governança contínua, as empresas não apenas reduzem riscos, mas também criam uma base sólida para inovação e crescimento.
Na Tecnocomp, acompanhamos de perto a evolução do cenário de cibersegurança e ajudamos organizações de diferentes setores a implementar estratégias de TI resilientes, seguras e alinhadas às exigências do mercado. A resiliência não é mais opcional: é um requisito para competir com segurança na era digital.
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